Paulo Miranda, ex-secretário Municipal da Informação e Tecnologia da Prefeitura de Curitiba, foi confirmado como novo presidente da Procempa, estatal municipal de processamento de dados de Porto Alegre.
O anúncio de Miranda foi feito nesta terça-feira, 18 de dezembro de 2016.
“A missão principal será qualificar a gestão, reordenar as finanças e aumentar a transparência”, afirmou o prefeito eleito Nelson Marchezan (PSDB) por meio de um post no Facebook.
Além de Miranda, foi nomeado como diretor técnico Michel Costa da Silva, ex-diretor da ITS Consulting, uma empresa de Porto Alegre especializada no segmento de transações eletrônicas na área de transportes, redes de venda, varejo, adquirência e meios de pagamento.
Como diretor administrativo permanece na empresa Marco Seadi, um advogado ligado ao PP que chegou à empresa em 2013, como parte de um esforço do prefeito José Fortunati (PDT), para colocar a casa em ordem após uma série de escândalos.
Em setembro, durante um encontro da campanha eleitoral com entidades de TI gaúchas, Marchezan se mostrou disposto a rever o papel da Procempa.
“A Procempa é cara, mais cara do que Porto Alegre pode pagar”, disparou Marchezan, depois de listar o que vê como problemas na empresa. “Cinquenta pessoas ganhando R$ 50 mil, operadores de call center ganhando R$ 8 mil, R$ 650 por ponto de rede, incluindo conexão e sistemas”, completou o prefeito eleito.
O candidato voltou ao tema em diversas ocasiões, em diferentes contextos.
Os nomes da nova diretoria parecem sinalizar mudanças radicais.
Curitiba, onde o novo presidente da Procempa foi secretário, não tem uma estatal municipal de processamento de dados, por exemplo.
Esse papel é executado pelo ICI (Instituto das Cidades Inteligentes), uma associação sem fins lucrativos focada em fornecer soluções de tecnologia para diferentes prefeituras, incluindo a capital paranaense.
O ICI é um animal híbrido no mercado de soluções para a administração pública, principalmente na esfera municipal, dividido entre uma série de empresas privadas que atendem o mercado de massa e empresas públicas de processamento de dados nas maiores capitais.
Criado em 1998, a ICI é administrada como uma empresa privada e gerida por um conselho de administração no qual tem assento entidades empresariais como Assespro-PR, da área acadêmica com cinco assentos; e do maior cliente, a prefeitura de Curitiba, com quatro.
Miranda é um profissional bastante experiente, tendo começado a carreira na Datamec ainda nos anos 70. Entre os anos 80 e 90, fez carreira em estatais de TI como Sepro, Procergs e Celepar, esta última como presidente entre 1991 e 1995. Mais recentemente, atuou em empresas privadas como a SSA Global e Brisa.
Michel Costa da Silva também é um nome com rodagem no meio privado. A maior experiência de Costa é na área de transportes, o que poderia indicar uma intenção de Marchezan de usar a Procempa para modernizar o transporte público da capital.
O executivo foi diretor da Rede Ponto Certo, líder de mercado no segmento de adquirência de transporte com clientes em diferentes capitais do país. Costa passou também muitos anos na Getnet, em cargos ligados à área de transporte.
Fonte: Baguete Diário – Jorn. Maurício Renner