O Destaque TI do mês de fevereiro, entrevistamos Diogo Rossato, presidente do SEPRORGS, uma entidade patronal das empresas de informática do Rio Grande do Sul. Formado em Administração de Empresas com Análise de Sistemas pela PUCRS, Rossato possui MBA em Gestão Empresarial e atua como sócio da ViaFlow – uma empresa que está há 15 anos de mercado com entregas em todo o território nacional e cases em diversos segmentos, através de consultoria, soluções e serviços para Mapeamento e Automação de Processos e Documentos, Integração, além de Monitoramento e Gestão de Aplicações.
- Como você analisa o mercado atual de TI no Brasil?
Rossato: Tradicionalmente, o momento turbulento e de crise é tido como ideal para contratação de soluções que visem redução de custos nas organizações. E para tal, as ofertas voltadas para tecnologia enquadram-se perfeitamente. A grande dificuldade das empresas fornecedoras é encontrar empresas compradoras que estejam dispostas a investir para, em um segundo momento, terem retorno deste investimento. Essas empresas demonstram-se cautelosas em função do ambiente político e econômico no país, potencializado ainda mais pelo peso do impacto cambial nos projetos. Particularmente, considero o momento propício para investimentos especialmente quando a tecnologia contribui para que os produtos da empresa que investe se tornem mais rentáveis ou em maiores volumes.
A tecnologia potencializa os negócios e por isso faz parte da estratégia e do núcleo principal da maioria das organizações. As empresas de tecnologia estão dispostas a fortalecer ainda mais seus laços de parceria a fim de fidelizar seus clientes, justificando assim o quanto vale a pena investir em serviços, automatizar processos, rever estruturas e soluções tecnológicas e inovadoras.
- Quais as suas expectativas para o setor de TI em médio e longo prazo?
Rossato: Se dependermos da evolução política e econômica no país, embora muitos apontem para uma retomada no crescimento do nosso país em 2017, eu daria como o ano encerrado. Apostaria em 2019. Mas, diante de tanta evolução tecnológica, da velocidade e das novidades, e tantas novas formas de rentabilizar os negócios, a empresa que esperar e que não investir imediatamente estará fadada ao fracasso.
Vivemos a era da digitalização dos negócios, onde a tecnologia responde por boa parte da estratégia dos negócios. A TI automatiza e simplifica os processos, traz segurança, transparência, diminui as atividades operacionais, eleva a produtividade, além de gerar indicadores e proporcionar o controle de todo o processo produtivo, fator que impacta diretamente na redução de custos das empresas.
Diante de um mercado tão competitivo e exigente, independente do porte das organizações, a tecnologia é considerada decisiva para o sucesso dos negócios. Por isso, vejo como prioridade para que as empresas cresçam, que invistam na integração de seus processos fornecendo as informações em tempo real, contribuindo para uma gestão eficaz e apoiando os gestores na correta tomada de decisão.
Em tempos de novas demandas por meio da internet das coisas, com mais dispositivos conectados, inteligência artificial e robotização, a hora é de agregar valor, criatividade e inovação aos negócios dos nossos clientes.
- De que forma o SEPRORGS atua para beneficiar e defender os interesses das empresas do setor?
Rossato: Através de ações de representatividade na esfera pública estadual e nacional, pautando assuntos legislativos e tributários, o SEPRORGS atua em defesa dos interesses das empresas de Tecnologia, bem como na promoção de ações de fomento ao desenvolvimento contínuo do setor, visando ao fortalecimento das organizações e ao aumento de sua competitividade em âmbito regional, nacional e internacional.
Para gerar novos negócios, promovemos diversos eventos para geração de networking, abrangendo assuntos atualizados e inovadores em todos os encontros, promovendo assim o conhecimento e desenvolvimento dos executivos e das empresas do setor.
Por fim, para equilibrar a relação entre empregado x empregador, o SEPRORGS atua nas negociações da convenção coletiva de trabalho, representando as empresas, e assim poder valorizar ainda mais os profissionais de acordo com o mercado, alinhar expectativas entre as partes e promover ambientes de crescimento e inovadores.
- Na sua visão, de que forma as empresas de TIC do RS podem ampliar a competitividade para enfrentar o mercado?
Rossato: O mercado está bastante servido de empresas competentes e com um vasto portfólio. Nos dias de hoje, creio que estabelecer parcerias estratégicas de modo que se possa ter uma maior abrangência de serviços e soluções possa ser um bom encaminhamento. As empresas precisam estar muito bem posicionadas e com foco de atuação muito claro. Com as dificuldades de mercado nos dias de hoje, nos deparamos com muitas empresas aumentando seu portfólio e fazendo de tudo um pouco, quando poderiam manter o foco no que sempre foram especialistas e determinar parcerias para complementar suas ofertas e atender melhor o mercado. Uma espécie de colaboração corporativa, porque não.
- Qual a importância do trabalho de uma entidade como a SOFTSUL (Associação Sul-Riograndense de Apoio ao Desenvolvimento de Software) no fomento ao setor de TI e de que forma a entidade pode contribuir com o SEPRORGS?
Rossato: A SOFTSUL é um grande parceiro e um agente de desenvolvimento sócio-econômico, bem como do aumento da competitividade das empresas do setor.
Leva consigo um claro objetivo de apoiar as empresas a potencializarem os seus resultados, seja através de melhores práticas de gestão ou através de novas frentes de mercado. O SEPRORGS e a SOFTSUL servem como facilitadoras, uma da outra, para promover, fomentar e apoiar ações de gestão, inovação e desenvolvimento necessários ao incremento da qualidade na indústria de TIC no Rio Grande do Sul.