Neste mês, conversamos com Gustavo Piccinini, que palestrou durante o Panorama SOFTSUL de julho. Gustavo é administrador de empresas, formado pela PUCRS, empreendedor com participações em negócios nas áreas de varejo, reciclagem de resíduos, cursos, entretenimento, gastronomia, imobiliário e mercado financeiro. Participa como mentor e membro de bancas em eventos como Inovativa Brasil, Demoday e LabCred do Sebrae, Startup Weekend e Empreendedorismo Criativo (Perestroika). Na INSEED, é responsável pela originação, seleção, aceleração e desinvestimento de negócios nos estados do Rio Grande do Sul e Paraná.
1) Como você analisa o mercado atual de TI no Brasil?
Piccinini – Comparando com outros mercados, ainda vemos o segmento de TI em crescimento no Brasil. É um mercado amplo, no qual soluções mais triviais já encontram bastante concorrência, tendo em vista a crescente acessibilidade à tecnologia e comunicação. Dessa forma, entendo que é um mercado no qual quem se destaca é aquele que consegue inovar e se distanciar das soluções padronizadas, não só no desenvolvimento de produto/tecnologia, mas também no modelo de negócio e geração de valor ao cliente.
2) Quais as suas expectativas para empresas de inovação a médio e longo prazo (a partir da sua experiência também em outros setores que movimentam a economia do país)?
Piccinini – A expectativa para as empresas de inovação é a melhor possível. O momento é ideal para companhias que apresentam novas soluções/serviços, principalmente para os mercados mais tradicionais, nos quais as empresas têm sofrido bastante com a atual situação econômica do país.
3) De que forma o seu trabalho apoia a qualificação dos serviços em TI especificamente?
Piccinini – Nós buscamos empresas e empreendedores que ofereçam soluções com alta barreira de entrada a concorrentes e, preferencialmente, com foco no mercado B2B. Procuramos soluções e modelos nos quais a tecnologia seja um grande diferencial e que proporcione uma alavanca de valor para distanciar essa empresa das demais do mesmo segmento. Além do capital, a Inseed aporta suporte na gestão estilo “mão-na-massa” e relacionamento com o mercado, através de 30 profissionais, todos com perfil empreendedor.
4) Na sua visão, de que forma as empresas de TIC do RS poderiam ampliar a competitividade para enfrentar o mercado?
Piccinini – Vemos hoje muitas empresas de TI com foco em segmentos já dominados por grandes players ou com um número muito grande de concorrentes. Ampliar a competitividade nesse setor é difícil, pois envolve pensar fora da caixa em um segmento no qual a tecnologia é o grande diferencial. Entendemos que uma possibilidade é ir além do foco no produto e buscar inovação no modelo de negócio, na solução oferecida ao cliente. Remodelar a estratégia de vendas, geração de leads e solução oferecida ao cliente são maneiras mais acessíveis de inovar do que simplesmente redesenhar um produto, por exemplo.