Na manhã desta terça-feira, dia 3 de abril, aconteceu a segunda edição do CaféTech da SOFTSUL. Luis Lamb, professor titular do Dep. de Informática Teórica e Pró-Reitor de Pesquisa da UFRGS, apresentou os marcos da evolução da inteligência artificial (IA ou AI em inglês) até a atualidade, projetando também suas aplicações futuras.
A Associação propôs esse tema porque a IA está promovendo uma verdadeira revolução nos negócios. Provavelmente, é a tecnologia mais disruptiva da história da humanidade. “Tudo o que teremos daqui para a frente contará com o uso intensivo da inteligência artificial. Por isso, precisamos entendê-la e aproveitá-la da melhor forma”, assinalou José Antonio Antonioni, diretor presidente da SOFTSUL.
Luis Lamb mostrou como aconteceu a revolução da cognição, desde o surgimento da linguagem humana há 70 mil anos. Na década de 80, a inteligência artificial simbólica estava em destaque, trazendo os sistemas especialistas, simulando um humano em assuntos bem específicos, auxiliando nos processos de tomada de decisão. Depois, surgiu a inteligência computacional (ou sub simbólica), com as redes neurais e sistemas inteligentes que imitam aspectos do comportamento humano como aprendizado, percepção, raciocínio, evolução e adaptação. Modernamente, predomina a abordagem de Peter Norvig, diretor do Google, e do professor Stuart Russel, diretor do Center for Intelligent Systems, que definiram IA como “o estudo e concepção de agentes inteligentes, onde um agente inteligente é um sistema que percebe seu ambiente e realiza ações que maximizam suas chances de sucesso”.
O avanço recente da inteligência artificial, particularmente do processo de aprendizado profundo (Deep Learning), permite às máquinas executarem tarefas tradicionalmente desempenhadas pelos seres humanos (reconhecimento visual, reconhecimento de voz, tradução etc.) e outras que superam a capacidade humana (manipular e processar grandes bases de dados, denominado em inglês de “Big Data”).
O palestrante também apresentou as limitações da inteligência artificial na atualidade como a dificuldade em programar um pensamento do tipo “senso comum”, o fato dos sistemas inteligentes não serem capazes de julgar e a ausência de inteligência emocional. Apesar disso, os computadores já superam os humanos em certas tarefas como o jogo de Go ou o xadrez. Especialistas estimam que a inteligência artificial forte (AGI), ou seja, os programas informáticos tão competentes quanto um adulto em diferentes campos, será uma realidade a partir de 2030. Em 2050, projeta-se que o ser humano será o centro de um mundo assistido pela inteligência artificial até no menor dos detalhes. Isso impactará fortemente o mundo do trabalho, tanto no que diz respeito a carreiras, quanto à prestação de serviços por parte de empresas. A chamada “Superinteligência”, com máquinas inteligentes autônomas, poderá superar a cognição humana. “De fato, a IA é fator estratégico de desenvolvimento das nações. Hoje, ela já está presente em todos os ramos da vida e dos negócios”, concluiu o palestrante.
O CaféTech é um evento com formato de café da manhã com um especialista em tecnologias estado da arte e portadoras de futuro, abordando temas como IoT, Blockchain, Inteligência Artificial e outros importantes para a concepção de novos negócios digitais. A terceira edição acontecerá no dia 5 de maio. Mais informações em breve.
O CaféTech é realizado pela SOFTSUL em parceria com o Instituto de Informática da UFRGS.
