Segundo dados da terceira edição do “Relatório Indústria de Software e Serviços de TIC no Brasil”, elaborado pelo Observatório Softex, a indústria de TIC deverá crescer 6,8% em 2024, demonstrando a vitalidade e o potencial do setor no país.
O estudo, que combina uma pesquisa inédita com dados primários e informações de fontes oficiais, oferece uma análise detalhada do setor em dez capítulos. Entre os temas abordados estão o panorama brasileiro, tendências de mercado, comércio exterior, formação de profissionais, características das empresas, mercado de trabalho e investimentos em pesquisa e desenvolvimento.
A expansão projetada para a indústria de TIC no Brasil está em sintonia com as tendências globais. Em 2023, os investimentos mundiais no setor de Indústria de Software e Serviços em Tecnologia da Informação e Comunicação (ISSTIC) cresceram 5,6%, atingindo US$ 3,7 trilhões, com previsão de superar US$ 4 trilhões em 2024. O mercado global é liderado pelos Estados Unidos, com 38% de participação, seguido pela China, enquanto a Índia se destaca com a maior taxa de crescimento, de 7,9%.
No Brasil, os gastos no setor de ISSTIC somaram R$ 552 bilhões em 2023, com previsão de alcançar R$ 590 bilhões em 2024. O setor contribuiu com R$ 321,4 bilhões para o PIB nacional, representando 3% do total. A distribuição regional desses investimentos, no entanto, revela desigualdades, com o Sudeste liderando e o Norte apresentando a menor participação. O relatório enfatiza a necessidade de estratégias e políticas públicas para manter a competitividade e sustentabilidade do setor.
O comércio exterior de TIC movimentou mais de US$ 13 bilhões em 2022, um aumento de 38,7% em relação a 2021. Apesar desse crescimento, o setor enfrenta desafios, como o déficit na balança comercial, que deve aumentar 33% até 2024, chegando a US$ 8 milhões. As importações superam as exportações em 14%, evidenciando a necessidade de políticas que estimulem a competitividade internacional das empresas brasileiras.
O relatório também examina a composição e o desempenho das empresas e do mercado de trabalho na ISSTIC. Em 2022, o setor representava 2,88% das empresas no Brasil, com a Indústria de Software concentrando 63,9% desse total. Em 2023, o saldo positivo de 19.804 novas vagas de trabalho demonstrou a forte demanda por jovens profissionais, mas a diversidade ainda é um desafio, com mulheres e negros representando apenas 7,8% e 5% da força de trabalho, respectivamente.
Os investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) no Brasil têm enfrentado retração. Em 2020, foram investidos R$ 102 bilhões em Ciência e Tecnologia, representando 1,34% do PIB, uma queda de 4,29% em comparação ao ano anterior. Esse declínio reflete principalmente nos investimentos em P&D, que caíram de R$ 89 bilhões em 2019 para R$ 87 bilhões em 2020, e nas Atividades Científicas e Técnicas Correlatas, que também sofreram uma redução significativa.
O último capítulo do relatório é dedicado às startups, destacando que, em 2023, o Brasil tinha 12.040 startups ativas, refletindo um cenário empreendedor dinâmico, mas com desafios. Embora o número de novas startups tenha crescido de 2000 a 2018, houve uma queda após 2018. A maior parte das startups opera no modelo B2B, com maior concentração no Sudeste. Os setores com mais startups são Tecnologia da Informação, Saúde e Bem-estar, e Educação.
Clique aqui para acessar gratuitamente a íntegra da terceira edição do “Relatório Indústria de Software e Serviços de TIC no Brasil”.
Por Karen Kornilovicz – Agência Softex